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Obras incríveis para acesso e abastecimento de água!

Atividades humanas, comumente, causam impacto ao recurso hídrico, seja esse impacto direto ou indireto. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (UNITED STATES GEOLOGICAL SURVEY, 2015) atividades antrópicas geralmente afetam a distribuição, qualidade e quantidade de água doce, e estes efeitos são sentidos em uma ampla escala de espaço e tempo. Sanderson et al. (2002), Postel et al. (1996) e McMillan et al. (2016) identificaram que as atividades humanas têm impacto direto em 83% das áreas terrestres e usam 54% do escoamento global de água doce disponível, de acordo com Sivapalan & Blöschl (2015) e McMillan et al. (2016) 80% da população mundial vive sob alta ameaça à segurança hídrica, seja relacionada à escassez ou à contaminação.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, 2015), o mundo enfrentará um déficit de abastecimento de água de 40% até 2030, assumindo que a taxa de consumo atual permaneça inalterada. Assim, propor soluções para mitigar esse problema é primordial!

Vamos conferir algumas realizações incríveis para manter o abastecimento, evitar o desperdício e conscientizar a população sobre a importância da água?

1) Transposição do Rio São Francisco (G1, 2019): construção de dois grandes canais: um Eixo Norte e um Eixo Leste, totalizando 477 km em obras, levando águas desse rio para o Nordeste brasileiro até uma área tradicionalmente bem mais seca. A previsão, ao fim das obras, é abastecer 11,6 milhões de pessoas (4,5 milhões vão ser atendidas pelo Eixo Leste e 7,1 milhões pelo Eixo Norte). Esses canais captam a água entre as barragens de Sobradinho e Itaparica, no estado de Pernambuco, e através de estações de bombeamento, reservatórios e pequenas usinas hidrelétricas para alimentar as máquinas, eles abastecem cidades do semi árido, do agreste pernambucano e da região metropolitana de Fortaleza.

Como todo grande empreendimento, há benefícios e impactos negativos, sendo que em relação aos benefícios a obra levará eletricidade e água para novas partes do Nordeste brasileiro, porém os impactos podem ser severos, e dentre eles estão o deslocamento forçado de populações e a destruição do habitat natural de animais e plantas. 

Obras da Transposição do Rio São Francisco em Cabrobó Pernambuco Brasil

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Transposição_do_rio_São_Francisco

2) Israel - transformando o deserto em oásis: o país tem um longo histórico de luta contra a seca, assim algumas ações têm sido bastante promissoras para solucionar esse problema. De acordo com o governo de Israel, 91% do esgoto é coletado e 80% dele é tratado e reutilizado para a agricultura na parte Sul de Israel, é realizado um controle rígido de perdas, que evita o desperdício de recursos e perdas de apenas 7%. Além disso, o país possui cinco plantas de dessalinização, que utilizam a água do Mar Mediterrâneo, sendo que essas usinas geram mais de 100 milhões de m³ de água ao ano e abastecem 70% do consumo doméstico (G1, 2015).

3) Cingapura: na pequena ilha de 718 km², 100% da população é abastecida por água potável e todo esgoto do país é tratado e reutilizado. O país é considerado um dos polos mais eficientes de reaproveitamento de água. Há uma grandiosa infraestrutura para coleta da água de chuva, usinas de dessalinização, combate a vazamentos, além de campanhas de conscientização (PORTAL SANEAMENTO BÁSICO, 2015).

AP_666902369522-1024x621.jpgFonte: https://share.america.gov/pt-br/tecnologia-hidrica-israelense-ajuda-saciar-sede-da-california/

4) O Grande Rio Artificial da Líbia (PODCAST PROFESSOR ÁGUA, 2021): a Líbia, um país dominado por desertos, criou a maior rede de aquedutos do mundo. A obra, chamada de “Man Made River” (rio feito pelo homem, em tradução livre), tem quase três mil quilômetros de tubo e vias com até dois metros de diâmetro. Muammar al-Gaddafi descreveu essa incrível obra como a oitava maravilha do mundo. Engenheiros e geólogos produzem água a partir de mais de 1.300 poços em torno de 500 metros de profundidade e a água é bombeada para várias cidades.


É uma água fóssil (de idade muito antiga) do aquífero chamado de Arenito Núbio e que não será recarregado, ou seja, é um programa de extração de água insustentável, é uma forma de resolver a crise de abastecimento, mas que no futuro terá que achar outra solução. Os cálculos estimados apontam para somente mais 50 anos de disponibilidade de água desse sistema.

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Fonte: http://www.opemam.org/node/1762

5) Hidrelétrica de Charcani V: não é uma obra que gera abastecimento de água diretamente, porém ganha destaque por sua grandiosidade e por produzir energia renovável. O empreendimento teve início em 1979 e foi concluído em 1987, realizado nas proximidades da cidade de Arequipa, nos Andes peruanos. Cerca de 95% das obras foram subterrâneas, passando por dentro do vulcão ativo Misti, sujeita a abalos sísmicos que chegavam a se repetir 50 vezes em um único dia! Os trabalhos foram realizados a cerca de 4 mil metros de altitude, o que dificultava a questão logística. O resultado foi uma grande obra com 135 MW de potência energética, que atende até hoje, com energia renovável, cerca de 77% da população da segunda maior cidade peruana (MUNDO OEC, 2018).

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Fonte: https://gestion.pe/economia/empresas/mejores-imagenes-centrales-hidroelectricas-chaglla-charcani-v-67400-noticia/

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Fontes:

E. W. SANDERSON; J. M. A. MALANDING; K. H. LEVY; A. V. W. REDFORD; W. GILLIAN. The Human Footprint and the Last of the Wild. BioScience, vol. 52 No. 10, 2002. pp. 891-904: http://faculty.washington.edu/timbillo/Readings%20and%20documents/eco%20footprint%20and%20conservation/Sanderson_et_al_The%20Human%20footprint%202002.pdf.
G1, 2015:
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2015/05/veja-solucoes-de-seis-paises-para-vencer-falta-de-agua-e-o-desperdicio.html
G1, 2019:
https://g1.globo.com/natureza/desafio-natureza/noticia/2019/12/21/com-mais-de-90percent-da-transposicao-concluida-impactos-ambientais-no-rio-sao-francisco-ainda-sao-incertos.ghtml
H. MCMILLAN et al. Panta Rhei 2013–2015: global perspectives on hydrology, society and change. Hydrological Sciences Journal, vol. 61, Nº. 7, 2016. pp. 1174–1191:http://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/02626667.2016.1159308?needAccess=true
M. SIVAPALAN, HUBERT H. G. S., GÜNTER B. Socio-hydrology: A new science of people and water. Hydrological Processes, vol. 26, 2012. pp. 1270–1276: file:///C:/Users/Bruna/Downloads/Sivapalan_et_al-2012-Hydrological_Processes%20(1).pdf
MUNDO OEC, 2018:
https://www.oec-eng.com/mundooec/pt-br/obras-e-projetos/10-obras-incriveis-da-engenharia
PODCAST PROFESSOR ÁGUA, 2021:
https://open.spotify.com/episode/7gGFfjwV7izmAhqbeZKlDS?si=TOomMlC0QIyoOQRU4ELM9Q
PORTAL SANEAMENTO BÁSICO, 2015:
https://saneamentobasico.com.br/outros/geral/solucoes-para-vencer-a-crise-hidrica-em-outros-paises-podem-ajudar-sp/
UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND CULTURAL ORGANIZATION: World Water Development Report: Water for a sustainable world, 122 pp., 2015.

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