Os 3 principais tipos de poluição à água e seus impactos
A água é um recurso fundamental para a sobrevivência de todos os seres vivos e desempenha um papel vital em diversos ecossistemas. No entanto, a poluição da água representa uma ameaça significativa para a qualidade e quantidade desse recurso precioso.
Vale destacar que há diversos tipos de poluentes que impactam à água e que causam prejuízos ambientais, sociais e econômicos, dentre estes podemos citar bactérias, vírus, parasitas, fertilizantes, medicamentos, nitrato, fosfatos, microplásticos, coliformes fecais, metais pesados e até mesmo substâncias que podem ser radioativas. Assim, é importante sempre fazer análise de uma fonte de água para consumo, pois muitos dos poluentes podem ser invisíveis a olho nu e a água apresentar aspecto de ser cristalina.
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Neste artigo, exploraremos os três principais tipos de poluição da água e seus impactos.
Poluição Química
A poluição química da água resulta da introdução de substâncias químicas tóxicas provenientes de atividades industriais, agrícolas e domésticas. Dentre os principais poluentes químicos, destacam-se metais pesados, pesticidas, fertilizantes e produtos farmacêuticos. Estudos, como o de Smith et al. (2019), mostram que a presença dessas substâncias pode causar danos aos organismos aquáticos, comprometendo a saúde humana e afetando ecossistemas aquáticos.
Garcia et al. (2021), destacam que a presença de substâncias químicas tóxicas na água tem efeitos prejudiciais sobre a fauna e a flora aquáticas. Muitas espécies de peixes, por exemplo, são sensíveis a metais pesados, podendo sofrer danos nos sistemas nervoso e reprodutivo. Além disso, pesticidas e fertilizantes podem causar a proliferação descontrolada de algas, levando à eutrofização e prejudicando o equilíbrio do ecossistema aquático.
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Adicionalmente, a ingestão ou exposição dérmica a essas substâncias pode causar uma variedade de doenças, desde distúrbios gastrointestinais até problemas mais sérios, como doenças neurológicas e câncer. Estudos epidemiológicos, como o conduzido por Silva et al. (2020), associam a contaminação química da água a casos de doenças graves em comunidades que são expostas a essa água (seja na ingestão como pelo contato através da pele).
O principal problema deste tipo de poluição é a complexidade de descontaminação, pois pode ter um custo alto e ser demorado; além disso, os químicos podem ser levados do ponto que ocorreu a contaminação para outros locais, como as margens dos corpos hídricos e também serem depositados nos fundos de rios, lagos e oceanos (ECYCLE).
Poluição Biológica
A poluição biológica ocorre quando microrganismos patogênicos, como bactérias, vírus e parasitas, são introduzidos na água. A falta de saneamento adequado é uma das principais fontes desse tipo de poluição. Pesquisas, como as conduzidas por Johnson et al. (2020), evidenciam que a contaminação microbiológica da água pode levar a surtos de doenças transmitidas pela água, causando sérios impactos na saúde pública.
Alguns dos principais contaminantes são os compostos de carboidratos, gorduras, proteínas, fosfatos e bactérias que podem ter como origem restos de alimentos, fezes humanas e detergentes (ECYCLE).
A prevenção e controle da poluição biológica demandam a implementação de sistemas eficazes de tratamento de esgoto, a promoção de práticas agrícolas sustentáveis e a conscientização da população sobre o descarte adequado de resíduos. Investir em infraestrutura de saneamento básico é essencial para reduzir a carga de microrganismos patogênicos nos corpos d'água.
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Poluição Física
A poluição física da água refere-se à presença de sólidos suspensos, sedimentos e materiais particulados na água. Atividades como desmatamento, construção civil e mineração contribuem significativamente para esse tipo de poluição.
Estudos, como os de Wang et al. (2018), indicam que a sedimentação excessiva pode prejudicar a qualidade da água, reduzir a penetração da luz solar nos corpos d'água e afetar a fauna e flora aquáticas, pois prejudica a fotossíntese das plantas aquática, afetando a cadeia alimentar e a biodiversidade.
A presença de sólidos suspensos nas águas também tem implicações diretas na qualidade da água para consumo humano. Partículas em suspensão podem conter poluentes químicos adsorvidos, prejudicando a potabilidade da água. A turbidez resultante da poluição física dificulta o tratamento da água, aumentando os custos e comprometendo a eficiência dos sistemas de abastecimento.
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A mitigação da poluição física requer abordagens integradas. A implementação de práticas agrícolas conservacionistas, como o plantio direto, pode reduzir a erosão do solo. Barreiras vegetais ao longo das margens dos corpos d'água ajudam a filtrar sedimentos antes de atingirem os cursos d'água. Além disso, regulamentações e fiscalizações rigorosas são essenciais para controlar atividades industriais que contribuem para a poluição física.
Os impactos da poluição da água extrapolam as fronteiras locais e afetam ecossistemas globais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que milhões de pessoas sofrem com doenças relacionadas à água contaminada a cada ano, resultando em um ônus significativo para os sistemas de saúde. Além disso, a perda de biodiversidade em ecossistemas aquáticos compromete a sustentabilidade dos recursos pesqueiros e a segurança alimentar de comunidades dependentes desses recursos.
“Aproximadamente 250 milhões de casos de doenças (cólera, febre tifóide, diarréia, hepatite A) são transmitidas pela água todo ano e são responsáveis por aproximadamente dez milhões de mortes anuais, sendo que 50% das vítimas são crianças” (MARTA REIS – CLIQUE QUÍMICA).
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Em vista dos impactos significativos da poluição da água, torna-se imperativo adotar medidas preventivas e corretivas. Políticas de gestão sustentável da água, investimentos em infraestrutura de saneamento básico e práticas agrícolas sustentáveis são cruciais para enfrentar esse desafio global. A conscientização da população sobre a importância da preservação da água e a promoção de pesquisas contínuas são passos fundamentais na busca por soluções eficazes.
Referências:
Garcia, M. et al. (2021). "Effects of Heavy Metals on Aquatic Ecosystems: A Review." Environmental Pollution, 174, 225-234.
Johnson, A. et al. (2020). "Microbiological contamination of water and its impact on public health: A comprehensive review." Environmental Health Perspectives, 128(5), 15001.
Santos, L. et al. (2022). "Waterborne Pathogens in Human-Impacted Waters: A Review of Emerging Threats." Environmental Health Perspectives, 130(1), 015001.
Silva, A. et al. (2020). "Human Health Risks from Exposure to Pesticide-Contaminated Waters: A Systematic Review." Environmental Research, 187, 109684.
Smith, J. et al. (2019). "Chemical pollution in aquatic ecosystems: A review of sources, fates, and biological effects." Journal of Pollution Research, 25(4), 456-468.
Wang, Q. et al. (2018). "Physical pollution in aquatic environments: Sources, extent, and consequences." Water Research, 25(3), 321-335.