Educação Infantil: a gênese da educação ambiental
Este texto foi escrito pela Professora Mestra Mirella Fontenele (Formada em Letras e Pedagogia, Mestra em Língua Portuguesa e Diretora do Instituto Teresa De Lisieux)
Confinados em apartamentos e enxergando o mundo principalmente através de telas, os nossos pequenos, muitas vezes, enxergam a natureza como algo fictício, como se fossem seus desenhos animados. Há bastante tempo que o mundo natural está cada vez mais se afastando das crianças que vivem nas grandes (e pequenas) cidades e creio que o vaso de planta que enfeita a sala não dê conta do processo de integração com a vida que transborda naquele vasinho.
A experiência de plantar feijões em algodão dentro do ambiente escolar muitas vezes é a primeira vez em que a criança “se deslumbra” com a transformação quase mágica do mundo natural. E, apesar do equívoco do algodão, perceber o desabrochar da vida a partir de uma semente e a necessidade da água para mantê-la acaba despertando no pequeno humano, no mínimo, a percepção do que pode causar a escassez deste bem fundamental para a manutenção da vida na Terra: água que dá vida às plantas e dá vida à criança também.
Fonte: Imagem cedida pela autora (Mirella Fontenele)
Dentro do propício ambiente escolar da Educação Infantil, então, é onde o contato com o mundo natural acaba por despertar o interesse, a curiosidade e perguntas inusitadas feitas de modo espontâneo e feliz. A professora proporciona experiências diversas e, principalmente, vivências com o mundo natural a fim de construir a consciência de preservação e afeto com o nosso planeta como um todo.
Fonte: Imagem cedida pela autora (Mirella Fontenele)
Na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a proposta pedagógica precisa cada vez mais aproximar seus alunos de atividades que levem à experiência e reflexão de que nossas ações individuais refletem diretamente no coletivo e voltam como bumerangue para nós mesmos. Somos ação e somos resultado dessas ações. Somos todos responsáveis pelo bem-estar coletivo do hoje e do amanhã. E é exatamente nesta etapa da vida que o ser humano está mais propício a estabelecer vínculos emocionais de responsabilidade e afeto que perpetuam por toda a vida. Segundo Daniel J. Siegel, médico pediatra e psiquiatra especialista em infância e adolescência, autor, dentre outros títulos de referência, de O Cérebro da Criança e Cérebro Adolescente, “nos primeiros 12 anos de vida as experiências têm um impacto poderoso sobre as pessoas que nos tornamos”. Percebeu quanta oportunidade (e responsabilidade) nós adultos temos para direcionar as ações das nossas crianças para o caminho da consciência ecológica nesta fase?
Cada professor, cada escola e cada adulto deve acolher a ideia de que, mais do que plantar feijões com as crianças, devemos plantar memórias afetivas de cuidado e carinho pelo mundo natural que nos cerca. Não podemos nunca esquecer que o mundo precisa de água!
Fonte: Imagem cedida pela autora (Mirella Fontenele)
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